Coronavírus pode não ter surgido na China, acredita professor

6/07/2020 | Brasil, Mundo

Até o momento, a hipótese mais aceita é que o novo coronavírus surgiu em um mercado, na China – Foto reprodução

 

 

O coronavírus pode ter permanecido “adormecido” e eclodiu apenas quando as condições ambientais eram adequadas, em vez de começar em Wuhan, na China – apontou um especialista da Universidade de Oxford.

Tom Jefferson, professor sênior do Centre for Evidence-Based Medicine (CEBM) de Oxford e professor visitante na Newcastle University, fez o comentário em uma entrevista ao “The Telegraph”, publicada nesse domingo.

Ele argumentou que há várias evidências crescentes de que o vírus já existia antes de aparecer na Ásia. Espanhóis anunciaram ter encontrado vestígios da doença em amostras de esgoto coletadas em março de 2019, nove meses antes da detecção do coronavírus na China. Cientistas italianos também encontraram evidências de coronavírus em amostras de esgoto em Milão e Turim em meados de dezembro. O mesmo ocorreu no Brasil, em novembro.

Na entrevista, o especialista disse acreditar que muitos vírus permanecem inativos em todo o mundo e surgem quando as condições são favoráveis, o que também significa que eles podem desaparecer. “Para onde foi o Sars 1? Ele simplesmente desapareceu”, disse ele.

“Acho que o vírus já estava aqui, em toda parte. Podemos estar vendo um vírus inativo que foi ativado por condições ambientais”, argumentou.

Ele ainda citou um exemplo relativo à gripe espanhola. “Em 1918, cerca de 30% da população da Samoa Ocidental morreu de gripe espanhola, e eles não tiveram nenhuma comunicação com o mundo exterior”, citou. “A explicação para isso pode ser apenas que esses agentes não vêm ou vão a lugar algum. Eles estão sempre aqui e algo os acende, talvez a densidade humana ou as condições ambientais”, completou.

O professor ainda disse que explorar por que tantos surtos acontecem em fábricas de alimentos e de frigoríficos pode ajudar a descobrir rotas de transmissão. Ele ainda cita que banheiros compartilhados deveriam ser investigados.

 

Por O Tempo

 

 

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