Medo de desabastecimento faz aumentar venda de galões de água em Pará de Minas

7/02/2019 | Centro-Oeste, Destaque

Foto: G1/Medo de desabastecimento faz aumentar venda de galões de água em Pará de Minas

Jornalismo Santana FM

A preocupação com o desabastecimento de água em Pará de Minas resultou no aumento da venda de galões d’água. A cidade, que é abastecida pela água captada no Rio Paraopeba, decretou situação de emergência nesta segunda (4), após rejeitos decorrentes do rompimento da barragem da Mina do Feijão, em Brumadinho, atingirem o rio.

A cidade possui um extenso histórico de falta de água que se estende desde 2009. Em 2013, a Prefeitura decretou estado de calamidade pública devido à falta d’água. Pouco tempo depois, em maio de 2014, um segundo decreto de calamidade foi publicado.

Nesta quarta-feira (6), comerciantes da cidade afirmaram que, após a interrupção da captação de água no sistema de abastecimento Paraopeba – principal fonte de abastecimento do município – os moradores da cidade, que não tem serviços particulares para o abastecimento, passaram a procurar mais galões de água para comprar.

“Já passamos por um período crítico sem água [na cidade], então o pessoal se assustou bastante. Nos primeiros dias, tivemos um aumento de quase 80% na venda dos galões”, revelou um comerciante que pediu para não ser identificado.

Segundo Alex de Araújo Paiva, dono de um centro de distribuição de galões de água, em alguns comércios do município chegou a esgotar o estoque. Com isso, a venda na distribuidora dele cresceu cerca de 50%.

“A nossa demanda aqui é de [vender] mil galões por dia, né. Agora, estamos vendendo, em média, 1.500”, afirmou.

Já Leonardo Joaquim da Silva, gerente comercial de outra distribuidora de galões de água de Pará de Minas, afirmou que, desde o início da semana, o número de vendas começou a crescer.

“Aumentou um pouco esta semana, mas não muito. Na estiagem vendeu muito mais que dessa vez, mas foi um período maior, né”, contou.

O funcionário de outra distribuidora, e que também não quis se identificar, afirmou à reportagem que moradores têm comprado até galões vazios, ou vencidos, para buscar outras alternativas de abastecimento.

“A procura aumentou muito. Praticamente dobrou. Temos vendido bastantes galões fechados e até mesmo galões vencidos. O pessoal tem comprado para ir buscar nas minas, poços artesianos, coisa assim. E olha que nem começou a faltar água ainda”, externou.

Situação de emergência

O prefeito Elias Diniz (PSD) decretou nesta segunda-feira situação de emergência em Pará de Minas. Os motivos são os possíveis prejuízos que podem ser causados pela contaminação da água do Rio Paraopeba.

O decreto, classificado como primeiro nível de emergência dentro de um planejamento emergencial de abastecimento de água, tem algumas alternativas para que a população não fique desabastecida.

Em contato com a Vale, citada no decreto por ter afirmado que fontes radioativas podem ter se misturado à água do rio e por não apresentar plano de abastecimento ao município, e aguarda retorno.

O último estágio emergencial de um possível desabastecimento na cidade abrange, se necessário, a captação de água no Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) em Itaúna, a cerca de 24 km da cidade, de acordo com o Executivo.

Uma análise feita por uma equipe da Fundação “SOS Mata Atlântica” nesta segunda confirmou que o Rio Paraopeba está morto em Pará de Minas, com índice de oxigenação abaixo do aceitável e turbidez superior ao considerado normal.

Com informações do G1

 

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