Município com mais casos de febre maculosa

11/10/2016 | Itaúna

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Divinópolis é o município de Minas Gerias com o maior número de casos confirmados de febre maculosa em 2016, de acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES). Desde o início do ano, duas pessoas morreram da doença na cidade. A Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) alerta sobre a importância de se evitar o contato com o carrapato estrela, que é o transmissor da doença.

Minas Gerais confirmou 12 casos de febre maculosa neste ano. Quatro vítimas morreram. O pedreiro José Geraldo de Oliveira é uma das vítimas do carrapato. Ele sentiu todos os sintomas da febre maculosa. “O sofrimento é o pior que tem. Friagem demais da conta. Bate uma tremura meio braba. Dali já começa a dor de cabeça e tudo. Começa a enxergar pouco. Me levaram à UPA e quando cheguei aqui em casa eu não estava enxergando nada. Dali para a frente foi só sofrimento”, relatou.

Durante o tratamento, José Geraldo chegou a ficar por sete dias internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Mesmo após receber alta, ainda sente sequelas da doença. “Eu fui à médica e ela falou que meus rins e meu fígado estão inchados e que minhas vistas estão muito apagadas. Não estou enxergando como eu estava”, contou.

O neto dele, Lucas Emanuel Santos Ferreira, de dois anos, também contraiu a doença. A criança não resistiu. A doméstica Varne Santos de Oliveira lembra o sofrimento do neto. “Primeiro os médicos trataram o caso dele como dengue e chikungunya, porque era uma febre muito alta e que não cedia. São os mesmos sintomas. Foi muito demorado o diagnóstico. Também suspeitaram de meningite e leucemia. Mandaram a gente a São Paulo. Para o governo liberar o avião, tiraram líquido na espinha dele. Foi aí que descobriram a febre maculosa. Mas, com demorou muito, a doença foi tomando conta dos órgãos dele. Quando descobriram, já não deu mais tempo”.

Prevenção
Quem vive na zona rural ou frequenta essas regiões precisa ficar atento a lugares que tenham mato alto e pasto. O carrapato estrela vive principalmente onde existam bois, capivaras e animais silvestres, como gambás e tamanduás.

O epidemiologista Osmundo Santana Filho, da Semusa, chama atenção para características comuns às quatro vítimas da doença registradas em Divinópolis. “Primeiro que eram todas do sexo masculino. Todos, sem exceção, tiveram contato ou residiam na região onde houve a contaminação, que é no prolongamento do Bairro Eldorado”.

O veterinário Júlio Silva Ribeiro explica algumas dicas fundamentais para evitar a doença. “Dentre as precauções principais estão o uso de roupas de claras, para que você possa ver melhor caso tenha um carrapato subindo em você; o uso de calça por dentro da meia e a verificação do próprio corpo a cada três horas, em busca de carrapatos

Mortes confirmadas
A Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) de Divinópolis confirmou nesta quinta-feira (22) a febre maculosa como causa de duas mortes na cidade, que já soma quatro casos de contaminação pela doença em 2016. Todas as vítimas são do sexo masculino.

De acordo com o bioquímico epidemiologista da Semusa, todas as vítimas registradas na cidade tiveram contato com a região de mata localizada no prolongamento do Bairro Eldorado. Esse tipo de local favorece a proliferação do carrapato que transmite a doença.

Sintomas da doença
A febre maculosa é uma doença febril aguda, de gravidade variável, que pode apresentar desde as formas leves e atípicas até formas graves com elevada taxa de óbitos. É causada por uma bactéria transmitida pela picada de carrapatos contaminados, caracterizando-se por ter início súbito, com febre elevada, dor de cabeça e dor muscular intensa e prostração seguida, em alguns casos, por manchas avermelhadas na pele. A transmissão ocorre quando o carrapato permanece aderido ao hospedeiro por um período de 4 a 6 horas. A doença não é transmitida de pessoa a pessoa.

Dicas de prevenção
Especialistas recomendam evitar áreas infestadas pelo carrapato e, se possível, use calças e camisas de manga comprida e de cor clara para facilitar a visualização do artrópode. Após a exposição a ambientes de risco, deve-se inspecionar o corpo para verificar a presença de carrapatos e retirá-los imediatamente.

A retirada dos carrapatos do corpo deve ser feitas com o uso de pinças e luvas. Isso deve ocorrer o mais rápido possível, pois quanto maior o tempo de permanência do carrapato no corpo, maior a chances de se contrair a doença caso o carrapato esteja infectado pela bactéria.

A retirada deve ser cuidadosa, realizando-se movimentos giratórios com o vetor, para garantir a retirada do carrapato inteiro, sem deixar o aparelho sugador aderido à pele. Isso pode aumentar o risco de infecção. Não se deve esmagar o vetor com as mãos ou entre as unhas, pois isso aumenta o risco de infecção.

Deve-se fazer o rodízio de pastos e a capina da vegetação para controle da população de carrapatos e o manejo adequado dos animais que são potenciais hospedeiros e reservatórios da doença, inclusive o controle de carrapatos em animais domésticos.realizado para confirmar a doença. Informações do G1

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