Pesquisa: torcida do Cruzeiro segue como a maior de Minas

12/08/2022 | Esportes, Minas Gerais

Uma pequena parcela dos entrevistados é formada por sócios-torcedores – Foto Cristiane Mattos/O Tempo

 

 

A torcida do Cruzeiro continua sendo a maior do Estado de Minas Gerais, mesmo em um momento no qual o clube segue fora da elite do futebol brasileiro, pelo terceiro ano consecutivo, e apesar de o Atlético viver uma boa fase, inclusive tendo conquistado as últimas edições do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil. É o que mostra a nova rodada da pesquisa DataTempo, que manteve os resultados das enquetes realizadas em 2021, que também mostraram um predomínio azul. Além disso, o Cruzeiro tem mais torcida do que o Atlético em todas as regiões do Estado.

 

A nova pesquisa, feita entre os dias 15 e 20 de julho de 2022, foi realizada por meio de duas mil entrevistas domiciliares. No total, 541 pessoas ouvidas responderam que torcem pelo Cruzeiro, o que equivale a 27% dos entrevistados, cerca de oito pontos percentuais de diferença em relação ao Atlético, que reúne 19,8% dos torcedores entrevistados (396 pessoas). A margem de erro é de 2,19 pontos percentuais. O grupo de entrevistados foi formado por 1.040 mulheres e 960 homens.

 

Um fator que chamou muito a atenção foi o fato de que, acima do percentual de torcedores dos dois principais clubes de Minas Gerais, estão aqueles que responderam que não torcem para nenhum time de futebol – nada menos que 30% dos entrevistados informaram não ter qualquer clube de preferência.

 

O terceiro clube mineiro que aparece na lista é o do América, com 0,9% de torcedores. O Coelho é o décimo na lista se levarmos em conta aqueles que não torcem para qualquer clube e o nono se considerarmos apenas os clubes citados. Entre o Atlético, segundo, e o América, nono, estão Flamengo (8,2%), Corinthians (4,9%), Palmeiras (2,3%), São Paulo (2%) e Vasco (1,3%). Empatado com o Coelho está o Botafogo, também com 0,9% e praticamente empatados no número bruto – 19 entrevistados afirmaram torcer para o América, enquanto 18 são botafoguenses.

 

Apesar de estarmos em um ano de Copa do Mundo e a poucos meses do início do Mundial do Catar, aqueles que torcem só pela seleção brasileira formam um grupo muito pequeno, de apenas 0,2% de torcedores ouvidos pela pesquisa. Entre os clubes citados, mas com percentual ainda menor, estão os gaúchos Internacional e Grêmio e os representantes do interior do Estado: Uberlândia, URT, de Patos de Minas, e Valério, de Itabira.

 

Pesquisas anteriores

 

Na rodada da pesquisa feita em julho de 2021, o Cruzeiro também tinha mais torcida, com 28,2% dos entrevistados, enquanto o Atlético possuía 19,5%, e o América, 1,1%. Na ocasião, o percentual daqueles que não torciam para qualquer clube era de 23,5%. Há pouco mais de um ano, a pesquisa mostrou que o clube estrelado tem mais torcedores em quase todas as regiões do Estado, exceto no Sul e no Sudoeste, onde o Atlético domina. Para essa pesquisa, 1.300 pessoas foram entrevistadas.

 

Dois meses depois, em setembro, o DataTempo ouviu 2.025 pessoas na primeira pesquisa de âmbito nacional, quando foi mostrado que o Cruzeiro tem a sexta maior torcida do Brasil, duas posições acima do Atlético. Enquanto 2,5% dos entrevistados disseram torcer pelo Galo, 3,1% se declararam fãs da Raposa. Vale lembrar que a diferença entre os dois rivais estava dentro da margem de erro, que é de 2,18 pontos percentuais. Entre os dois estava o Grêmio, com 2,8%. De acordo com a pesquisa DataTempo de setembro do ano passado, o líder nacional de torcidas é o Flamengo, com 16,3% dos fãs, seguido por Corinthians 9%), São Paulo (5,2%), Palmeiras (5%) e Vasco (3,3%).

 

Em outubro, em meio a um dos piores períodos da história do Cruzeiro, com o clube afundado na segunda divisão e com poucas chances de acesso, uma nova pesquisa foi feita. Os resultados mostraram a preferência de 26,51% dos entrevistados pelo clube estrelado, contra 19,97% do Atlético e de outros 2,72% para o América. O Galo, porém, levou vantagem na região metropolitana e na capital.

 

Grau de fanatismo

 

Em novembro, foi a vez de um novo mote nas pesquisas DataTempo: medir o nível de fanatismo dos torcedores. A pesquisa dividiu os fãs entre simpatizante, torcedor e fanático e, baseado nesse tipo de classificação, a base atleticana foi considerada mais fanática do que a cruzeirense, apesar de os números absolutos continuarem mostrando que o Cruzeiro tem mais torcida, com 23,25% contra 19,12% do Atlético.

 

O chamado ‘índice de fanatismo’ foi construído a partir do sentimento de paixão em relação a determinado clube, além da frequência com a qual o torcedor acompanha os jogos e as notícias de seu time de coração. Isoladamente, cada uma dessas condições não é suficiente para determinar ou definir se uma pessoa é fanática pelo seu clube, mas, a partir da combinação entre os fatores, é possível atestar em qual grau cada torcedor se enquadra. A partir daí, o DATATEMPO classificou os torcedores nas categorias: simpatizante, torcedor e fanático.

 

O simpatizante é aquele que torce para um clube, mas não assiste aos jogos ou acompanha notícias com frequência. Além disso, não expressa um sentimento de paixão pelo clube. O torcedor é aquele que nutre um sentimento de paixão, acompanha os jogos e as notícias, mas em baixa intensidade, enquanto o fanático apresenta um sentimento de paixão, acompanha notícias diariamente e assiste a todos os jogos.

 

Dentro do núcleo de atleticanos ouvidos pela pesquisa, 268 pessoas, 33,2% foram considerados fanáticos, ao passo que 44,8% são torcedores, de acordo com a classificação definida, e os 22% restantes são de simpatizantes. O percentual de fanáticos alvinegros é maior do que o percentual cruzeirense, formado por 25,1% das 326 pessoas que torcem pelo clube celeste ouvidas pela pesquisa. O número de torcedores, segundo a pesquisa, é formado por 44% de cruzeirenses. No caso azul, os 31% que restaram são considerados simpatizantes. No caso do América, nada menos do que 50% dos torcedores ouvidos foram considerados simpatizantes. O percentual de fanáticos é de 25%, enquanto os outros 25% foram classificados como torcedores.

 

Por O Tempo 

 

 

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