PM em Pará de Minas faz campanha em prol de adolescente com leucemia

4/11/2019 | Centro-Oeste

Uma campanha está sendo realizada pela Polícia Militar (PM) de Pará de Minas para encontrar doadores voluntários de medula óssea em prol de Gabriel Silva Ferreira de 14 anos. O adolescente passa por um tratamento contra a leucemia há pouco mais de 1 ano. Gabriel é sobrinho do sargento Anderson José da Silva, responsável por fazer a campanha.  O sargento disse que divulgou o caso pensando principalmente em aumentar as possibilidades do adolescente em encontrar um doador compatível.

“Há 1 ano e quatro meses o Gabriel foi diagnosticado com leucemia. Ele sentiu uma dor abdominal. Os pais dele, a minha irmã e meu cunhado, o levaram ao médico em Itaúna. Após exames descobriram a doença. A partir disso ele foi para Belo Horizonte para fazer o tratamento. Na ocasião foi iniciada a quimioterapia. Quando faltava pouco para acabar o tratamento, o Gabriel teve uma inflamação nos ouvidos e perdeu a audição”, contou o sargento.

 

Mesmo após perder a audição, o adolescente continuou com o tratamento de quimioterapia, mas no decorrer deste período outros problemas apareceram e interferiram no quadro de saúde de Gabriel.

 

“Quase no fim do tratamento, ele estava com possibilidade de fazer uma cirurgia para implantar um aparelho e voltar a ouvir, mas a leucemia voltou e atacou o sistema nervoso dele. O médico percebeu com isso que a visão do Gabriel também estava ficando comprometida. A única alternativa de cura para ele é fazer o transplante de medula”, destacou.

Campanha

Na semana passada, o sargento gravou um vídeo convocado demais militares e a população em geral para que procurassem uma unidade do Hemominas para o teste de compatibilidade. O vídeo foi divulgado em grupos de Whatsapp e redes sociais. Segundo o sargento, após a divulgação do conteúdo, candidatos, não só de Pará de Minas como também de outras regiões, começaram a manifestar interesse pela causa.

“Começaram a ter pessoas procurando inclusive de São José da Varginha – cidade onde morou meus pais e onde o pai do Gabriel tem família. Saíram de lá algumas caravanas para fazer o teste de compatibilidade no Hemominas em Belo Horizonte. De Pará de Minas também tivemos uma boa adesão. Estamos tentando trazer uma equipe do Hemominas a Pará de Minas para ver se consegue mais pessoas. Tem voluntários que querem fazer o teste mas não têm condição de se deslocar a outras cidades”, encerrou.

Doação

Segundo a Fundação Hemominas, a doação é um procedimento que se faz em centro cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral e requer internação de 24 horas. A medula é retirada do interior de ossos da bacia, por meio de punções. O procedimento leva em torno de 90 minutos, e a medula óssea do doador se recompõe em apenas 15 dias.

Há outro método de doação chamado coleta por aférese. Neste caso, o doador faz uso de uma medicação por cinco dias com o objetivo de aumentar o número de células-tronco (células mais importantes para o transplante de medula óssea) circulantes no seu sangue.

Após esse período, a pessoa faz a doação por meio de uma máquina de aférese, que colhe o sangue da veia do doador, separa as células-tronco e devolve os elementos do sangue que não são necessários para o paciente. Não há necessidade de internação nem de anestesia, sendo todos os procedimentos feitos pela veia.

A decisão sobre o método de doação mais adequado é exclusiva dos médicos assistentes, tanto do paciente quanto do doador, e será avaliada em cada caso.

Quem pode doar

Para se tornar um doador de medula óssea é necessário:

  • Ter entre 18 e 55 anos de idade
  • Estar em bom estado de saúde
  • Não ter doença infecciosa transmissível pelo sangue (como infecção pelo HIV ou hepatite)
  • Não apresentar história de doença neoplásica (câncer), hematológica ou autoimune (como lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide).

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