Quadrilha que aplicava golpes no Whatsapp é presa

7/04/2022 | Minas Gerais, Polícia

Os criminosos movimentaram R$ 1,8 milhão em 10 meses – Foto Divulgação / Polícia Militar

 

 

Sete pessoas foram presas suspeitas de participar de uma organização criminosa que aplicava golpes pelo WhatsApp em 15 estados brasileiros, incluindo 40 vítimas em Minas.

 

De acordo com as investigações, os criminosos movimentaram R$ 1,8 milhão em 10 meses. As prisões foram feitas nesta quarta-feira (6) em Cuiabá (MT) e na região Metropolitana da capital mato-grossense. As investigações da operação Camaleão começaram em junho de 2021, em um trabalho conjunto do Ministério Público de Minas (MPMG) e da Polícia Militar (PM), mas as autoridades acreditam que os criminosos tenham iniciado os golpes antes desse período.

 

Segundo a porta-voz da PM, major Layla Brunnela, além das prisões preventivas dos sete suspeitos, foram expedidos 14 mandados de busca e apreensão que resultaram no confisco de celulares, chips telefônicos, computadores, pen-drives e outros materiais usados no crime. “Em apenas uma residência foram encontrados 58 chips de celular”, contou a militar.

 

O Ministério Público e as polícias civil e militar do Mato Grosso colaboraram com a operação.

 

O golpe

 

De acordo com o promotor de justiça do MPMG, Mauro da Fonseca Ellovitch, a organização era especializada em obter dados pessoais das vítimas por meio da compra ou cruzamento de dados pessoais das vítimas e outros meios ilícitos, sem que o celular fosse hackeado ou invadido.

 

Os criminosos utilizavam a foto de um familiar e entravam em contato com a vítima. As mensagens enviadas pelo WhatsApp saíam de Mato Grosso e eram direcionadas a pelo menos 15 estados. “Tinham o objetivo de ludibriar familiares das vítimas, fazendo se passar pela pessoa, alegando que estava com um novo número e solicitavam dinheiro pelo Pix”, explicou o promotor.

 

Segundo ele, a organização era bem estruturada, com claras definições das funções. Um núcleo era encarregado de habilitar os chips de celulares e outro de retirar o dinheiro das contas antes que a vítima bloqueasse a transação.

 

As investigações apontaram que os criminosos arrecadavam cerca de R$ 10 mil por dia. Os valores solicitados às vítimas variavam, mas eram acima de R$ 1 mil. Ainda conforme o promotor, R$ 1,8 milhão foi bloqueado da conta dos bandidos e poderão ser ressarcidos às vítimas do golpe.

 

Mauro da Fonseca Ellovitch afirmou que o perfil das vítimas era amplo, mas os criminosos visavam pessoas não tão acostumadas com tecnologia, de diferentes classes sociais.

 

Penalidade

 

Os falsários devem responder pelos crimes de estelionato, organização criminosa, falsa identidade e lavagem de dinheiro, informou o promotor. Somadas, as penas podem ser superiores a 30 anos de prisão, mas dependem das atividades e envolvimento de cada acusado.

 

Os presos serão transferidos para Minas ainda nesta quarta (6) e ouvidos pelas autoridades mineiras. O promotor não informou se eles já têm alguma passagem pela polícia.

 

Crimes devem ser denunciados

 

Para não cair nesse tipo de golpe, a major Layla orienta as pessoas a conferirem o número que mandou a mensagem e façam uma ligação para o contato do familiar salvo no aparelho. Além disso, não se deve confiar apenas na foto de perfil.

 

Para a militar, apesar da dificuldade de rastrear e identificar os autores de golpes por Whatsapp – já que trocam de chip frequentemente – é essencial que as vítimas registrem boletim de ocorrência. A major ressalta que foi um desses registros que possibilitou o início da atual investigação.

 

As denúncias podem ser feitas em qualquer unidade das polícias militar e civil. As autoridades alertam que podem haver mais criminosos envolvidos no esquema e mais vítimas afetadas pelos golpes.

 

Por Hoje em Dia

Veja também