Trump acusa Brasil e Argentina de desvalorizarem moedas

2/12/2019 | Brasil

Foto: AP Photo/Steve Helber

 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou nesta segunda-feira (2), em uma rede social, Brasil e Argentina de desvalorizarem “maciçamente” suas moedas, e afirmou que vai reinstalar as tarifas de importação sobre o aço e o alumínio dos dois países.

 

“Brasil e Argentina têm presidido uma desvalorização maciça de suas moedas. O que não é bom para nossos agricultores”, escreveu Trump em uma rede social. Portanto, com efeito imediato, restaurarei as tarifas de todos os aços e alumínio enviados para os EUA a partir desses países”.

 

“O Federal Reserve [banco central dos EUA] deveria agir da mesma forma, para que países, que são muitos, não se aproveitem mais nosso dólar forte, desvalorizando ainda mais suas moedas. Isso torna muito difícil para nossos fabricantes e agricultores exportarem seus produtos de maneira justa”, disse ele, que frequentemente tem defendido juros mais baixos nos Estados Unidos.

 

Do início do ano até a última sexta-feira (29), o dólar já subiu 9,43% frente ao real, barateando as exportações brasileiras e aumentando a competitividade dos produtos do país lá fora.

 

Em agosto de 2018, Trump anunciou um alívio nas cotas de importação de aço e alumínio que excedam as cotas livres do pagamento das sobretaxas impostas pelo governo dos Estados Unidos em março do mesmo ano. A decisão de flexibilizar a tarifa atingiu as cotas de aço da Coreia do Sul, Brasil e Argentina e do alumínio da Argentina.

 

Desde então, as empresas americanas que comprarem aço do Brasil não precisam pagar 25% a mais sobre o preço original, caso comprovem falta de matéria-prima no mercado interno.

 

O dólar opera com pequenas variações nesta segunda-feira.

 

Na sexta-feira, fechou a R$ 4,2397 na sexta-feira, em alta de 0,57%, acumulando valorização de 5,73% no mês de novembro. No ano, tem alta de 9,43% frente ao real.

 

 

Histórico

 

A sobretaxa do aço foi um dos primeiros capítulos da guerra comercial de Trump. Visando a atingir sobretudo a China, o governo americano impôs uma regra geral e, aos poucos, renegocia com cada país.

 

Em março do ano passado, o presidente americano impôs tarifa de 25% às importações de aço e de 10% às de alumínio alegando questões de segurança nacional. A decisão desencadeou uma série de retaliações pelo mundo e adoção de salvaguardas por outros países e blocos.

 

Na ocasião, a indústria brasileira classificou a sobretaxa à importação de aço e alumínio, na ocasião, como medida de ‘injustificada e ilegal’ e com potencial de provocar “dano significativo” para as siderúrgicas instaladas no Brasil, uma vez que o Brasil é o segundo maior fornecedor de ferro e aço dos Estados Unidos.

 

Por G1

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