Volta às aulas em Manaus tem rodízio de alunos e uso de escudo

17/07/2020 | Brasil

Escolas particulares de Manaus devem respeitar medidas de distanciamento e ocupação de 50% das salas de aula – Foto: Divulgação/Escola Meu Caminho

 

Depois de três meses sem atividades presenciais por causa da pandemia de Covid-19, escolas particulares de Manaus voltaram a abrir as portas para os alunos no início deste mês de julho. O Governo do Amazonas autorizou o retorno das atividades presenciais nessas instituições e divulgou uma cartilha com normas e recomendações oficiais de segurança.

Manaus foi a primeira capital do país a enfrentar colapso nos sistemas de saúde e funerário por causa do coronavírus. Mas os números de casos e mortes vêm caindo nas últimas semanas; A capital amazonense concentra mais de 31 mil casos confirmados de Covid-19 até a última atualização desta quarta-feira (15).

Do ensino infantil ao médio, as escolas particulares da capital amazonense vão se adaptando com a adoção de diversas medidas. A reportagem buscou exemplos em duas instituições privadas e encontrou particularidades em cada uma delas, como aula sem sapatos; recreio a dois; e rodízio de aula presencial e on-line, por exemplo.

Um mapeamento elaborado pela Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) aponta que Manaus é a única cidade com as escolas reabertas no país. Outros oito estados e o Distrito Federal já têm previsão de retorno.

No estado, as aulas particulares só voltaram na capital, como previsto no 4º ciclo do plano de reabertura publicado em decreto do Governo Estadual. Na rede pública — municipal e estadual —, as aulas presenciais seguem suspensas e sem previsão de retorno.

Há uma semana, são cerca de 60 mil alunos, distribuídos em pouco mais de 200 instituições privadas, que voltaram à “rotina” no modelo híbrido, segundo o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Privado do Estado do Amazonas (Sinepe-AM). A partir dessa definição de rodízio, outras medidas e normas precisaram ser adotadas para garantir a segurança dos alunos e profissionais.

Particularidades entre as medidas adotadas nos colégios foram encontradas porque as instituições passaram a elaborar seus planos de retomada dentro da realidade de cada um. De testagem em massa no quadro de funcionários, a pequenos ajustes como brincadeiras à distância, uma cartilha elaborada pelo sindicato também serviu de “guia básico” para que as portas se abrissem no dia 6 de julho.

Questionado sobre a eficácia das diretrizes para retorno das aulas, o infectologista Marcus Lacerda informou ao G1 que ainda não há um estudo que comprove isso, mas que experiências de outros países com controle da doença são tomadas como referência para a adoção das mesmas recomendações.

O infectologista afirmou que é natural que, dentro das escolas, nem todas as diretrizes sejam adotadas por completo, principalmente pelos mais jovens.

 

“Novo normal”

A reportagem, a coordenadora pedagógica do Colégio Martha Falcão, Francisca Loiola, conta que as turmas foram divididas em dois grupos e terão revezamento em quatro dias da semana para aulas presenciais, enquanto o restante acompanha de maneira on-line. Para retornar, eles devem levar kits pessoais com máscaras e pequenos frascos de álcool em gel individuais. Outras medidas também foram tomadas para evitar aglomerações.

“No intervalo, reduzimos mesas e cadeiras no espaço da lanchonete e só tem duas cadeiras disponíveis em cada mesa. Uma turma desce para o lanche enquanto a outra espera. Elas não saem pro intervalo ao mesmo tempo”, disse.

Além da aferição de temperatura que é realizada na entrada da escola, pias foram instaladas para higienização das mãos. Álcool em gel é disponibilizado dentro e fora das salas de aula, e os alunos devem tirar os sapatos antes de entrar na sala.

No colégio Martha Falcão, alunos não entram mais em sala de aula com sapatos – Foto: Reprodução/Rede Amazônica

 

Do G1

 

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